terça-feira, 1 de setembro de 2009

Análise sobre a origem do autismo infantil e suas conseqüências na vida da criança.



















1 – INTRODUÇÃO:



O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem divergências e grandes questões ainda indecifráveis.
Segundo Fernandes( 2007).
O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem divergências e grandes questões ainda indecifráveis. Esta síndrome foi descrita pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner (médico austríaco, residente em Baltimore, nos EUA) em seu histórico artigo escrito originalmente em inglês: “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.

O autismo é um distúrbio no comportamento. Caracterizam-se por um déficit na percepção e na interpretação da realidade, pela dificuldade na interação social, movimentos repetitivos, mesmerismo, ecolalia (repetição de palavras), evita o contato visual, atraso no desenvolvimento da linguagem falada, alguns voltam sua atenção para objetos e cria-se uma observação por eles. Foi descrito por Leo Kanner em 1943 onde chamou de distúrbios autísticos. O estudo do comportamento mais a aplicação do jogo banco imobiliário provoca uma interação social e consequentemente uma melhora na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
Muitas pesquisas ainda são necessárias para a melhor compreensão da doença, mas já esta sendo traçado um cominho para novos tratamentos e estratégias de diagnostico.
Diante do exposto, é possível proporcionar a interação social da criança (família, escola, clubes, etc.) e promover a integração na sociedade para ser possível uma vida relativamente normal, através de um tratamento eficaz?





1.2 – OBJETIVOS:

1.2.1 – Objetivo geral:

Analisar a causa do autismo infantil, sua origem e suas conseqüências na vida da criança para posteriormente desenvolver um tratamento eficaz.

1.2.2 – Objetivos específicos:
· Pesquisar a cerca do que autismo infantil.
· Pesquisar a cerca da origem do autismo infantil.
· Pesquisar sobre as conseqüências do autismo infantil.
· Correlacionar sobre o tratamento do autismo infantil.

1.3 - HIPÓTESE:
Pressupõe-se que o autismo infantil nos dias atuais é um assunto de suma importância para nós futuros profissionais da área sabermos sua origem e suas conseqüências e para podermos desenvolver um tratamento eficaz.


2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:


O autismo foi conceituado pela primeira vez pelas suas características de isolamento extremo, alterações de linguagem, dificuldade na comunicação, rituais do tipo obsessivo com tendência a mesmice e movimentos estereotipados, as anomalias costumam aparecer antes dos três anos.
Segundo Klin, (2006), apud Fuentes,(2008).
Em 1943, Leo Kanner descreveu 11 casos clínicos que chamou de distúrbios autísticos (Kanner,1943), nos quais enfatizou incapacidade de relacionamento com pessoas desde o nascimento, além de insistência na monotonia e respostas incomuns ao ambiente, que incluíam maneirismos motores estereotipados, resistência à mudança, bem como aspectos não-usuais das habilidades de comunicação da criança, tais como a inversão dos pronomes e acolalia.”.

Já sabemos que o autismo é um distúrbio no desenvolvimento humano, que vem sendo estudado, mas que permanecem divergências e questões indecifráveis. O autismo infantil nos surpreende pelas varias características que apresenta e também pelo fato de as crianças autísticas terem aparência normal e harmoniosa e ao mesmo tempo apresentar um desenvolvimento irregular, em algumas áreas tem habilidades e em outro bastante comprometimento.
Segundo Gadia (2004).
As manifestações comportamentais que definem o autismo incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. A grande variabilidade no grau de habilidades sociais e de comunicação e nos padrões de comportamento que ocorrem em autistas tornou mais apropriada o uso do termo transtornos evasivos do desenvolvimento
.
As áreas que se encontram um acentuado comprometimento são caracterizadas por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
Fala-se que a origem do autismo esta relacionada às anomalias no cérebro e provavelmente de origem genética. O diagnóstico é basicamente feito por avaliação do quadro clinico, não existe teste laboratoriais.



2.1 - Sinais e sintomas do autismo

A criança autista prefere o isolamento. O autismo por diversos distúrbios de percepção, como por exemplo, dificuldades para entender o que houve de desenvolvimento, principalmente nas esferas motoras da linguagem e social de relacionamento social expresso principalmente através do olhar, da ausência do sorriso social, do movimento antecipatório e do contato físico de fala e de linguagem que variam do mutismo total à inversão pronominal (utilização do você para referir-se a si próprio), repetição involuntária de palavras ou frases que ouviu movimento caracterizado por maneirismos e movimentos estereotipados.
O tratamento do autismo não se prende a uma única terapêutica. O uso de medicamentos que antes desempenhavam um papel de fundamental importância no tratamento, passa a ter função de apenas aliviar os sintomas do autismo para que outras abordagens, como a reabilitação e a educação especial, possam ser adotadas e tenham resultados eficazes. Alguns medicamentos utilizados para reduzir os sintomas do autismo: os neurolípticos; as anfetaminas, utilizadas na tentativa de diminuir a hiperatividade e melhorar a atenção; os anti-apiáides, tranqüiliza, diminui a hiperatividade e a impulsividade da repetição persistente de atos, palavras ou frases sem sentido e da agressividade, causando como efeito. A utilização de complexos vitamínicos como vitamina B6 associada ao Asparato de magnésio, bem como o uso de Ácido Fólico, embora descritos por diversos autores, apresenta aspectos e resultados conflitantes. A proposta de reabilitação substitui os modelos psicoterápicos de base analítica das décadas de 50 e 60 quando a doença era considerada uma conseqüência de distúrbio afetivo. Esses modelos de reabilitação podem então ser caracterizados como: Modificação de comportamento; Terapia de “Holdeing”; Aproximação direta do paciente; Comunicação facilitada; Técnicas de integração sensorial; e Treino auditivo. Dentre os modelos educacionais para o autista o mais importante neste momento é o método TEACCH, (Treatment and Education ofAutistic and Related Communication Handicapped Children), que em português significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação. Desenvolvido pela Universidade de Carolina do Norte e que tem como postulados básicos de sua filosofia: Propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária do paciente; Funcionalidade (aquisição de habilidade que tenham função pratica); Independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia possível); Integração de prioridades entre família e programa.
Foi realizado um experimento com autistas utilizando um grupo experimental e um grupo controle. No grupo experimental foi utilizada como variável independente um jogo chamado banco imobiliário, o qual provoca a interação entre os participantes, pois os mesmos têm que fazer a troca de dinheiro, comprar, vender e negociar com os outros participantes. Uma variável independente é algo sobre o qual o experimentador tem controle direto.
A variável dependente é a interação social entre a criança autista e sua família. A variável dependente é algo que pode ou não mudar com o resultado das mudanças na variável independente. Em um experimento, o pesquisador manipula a variável independente para ver como as mudanças na mesma irão afetar a variável dependente. O fator causal é a influencia do jogo banco imobiliário sobre a interação social entre autistas, seus pais e irmãos.

3 – Metodologia

3.1 - Como fazer uma pesquisa qualitativa

Pesquisa Qualitativa é basicamente aquela que busca entender um fenômeno especifico em profundidade. Ao invés de estatísticas regras e outras generalizações, a qualitativa trabalha com descrições, comparações e interpretações. A pesquisa qualitativa é mais participativa e, portanto, menos controlável. Os participantes da pesquisa podem direcionar o rumo da pesquisa em suas interações com o pesquisador. A pessoa que esta sendo pesquisada poderá descrever melhor o problema.
O caráter da pesquisa de campo pode ser explanatório, descritivo, interpretativo, reflexivo critico explicativo ou de avaliação.
Os métodos qualitativos são empíricos e empregam a observação. O ciclo empírico consiste nas seguintes fases:
A indução
A observação
A dedução
A verificação ou comprovação
A avaliação

3.2 - Pesquisa de Campo

Consiste na observação, direta e ao vivo, de coisas, comportamentos de pessoas, circunstância em que ocorrem certos fatos, por esse motivo em a natureza das fontes determina a maneira de obter os dados.
As técnicas usualmente utilizadas na trabalho de campo para a coleta de material para a elaboração de monografias TCC são: a pesquisa, a entrevista, a gravação, a filmagem, a fotografia etc.
Os estudos são baseados em pesquisa de campo que são:
A analise sistemática dos problemas na realidade, com o propósito de descrevê-los, interpreta-los, entender sua natureza e fatores constituintes, explicar suas causas e efeitos, ou predizer sua ocorrência, fazendo uso de métodos característicos de qualquer dos paradigmas ou enfoques de investigação conhecidos no desenvolvimento.
Fatores a serem observados
Comportamento:
-usam as pessoas como ferramentas
-Resiste à mudança de rotina
-não se mistura com outras crianças
-Apego não apropriado a objetos
-Não mantém contato visual
-Age como se fosse surdo
-Resiste ao aprendizado
-Não demonstra medo de perigos
-Risos e movimentos não apropriados
-Resiste ao contato físico
-Acentua hiperatividade física
-Guia objetos de maneira bizarra e peculiar
-Às vezes é agressivo e destrutivo
-Modo e comportamento indiferente e arredio

Cognição:


O Autismo como transtorno do desenvolvimento da cognição causado por lesões no cérebro, levando a uma série de impactos no desenvolvimento de atividades e adaptação, da comunicação e imaginação sociais. Muitas áreas do funcionamento cognitivo estão frequentemente preservadas e, às vezes, os indivíduos com essas condições exibem habilidades surpreendentes e até prodigiosas; são as chamadas Ilhas de Precocidade.

Coordenação motora:


Boa parte dos autistas apresenta séria ausência de coordenação motora fina, o que pode ser compensado, ao longo dos anos. Em geral, os estudantes autistas desenvolvem soluções de escrita diferentes das ensinadas nas escolas tradicionais. Em contrapartida, a coordenação motora ampla costuma ser muito superior à média, o que faz de muitos autistas bons atletas.

Linguagem:


Apresentam comprometimento global na linguagem,envolvendo recepção e produção fonológica (sons da fala), sintaxe (gramática), além da semântica(significado) e da pragmática (uso comunicativo da linguagem, processamento e produção do discurso) e prejuízos notáveis na percepção da ênfase da prosódia bem como sua produção.De modo geral, as habilidades lingüísticas variam bastante no autismo.Aproximadamente metade dos autistas nunca chegam a desenvolver a linguagem oral e os que chegam a falar podem apresentar um uso atípico da linguagem.

Comportamentos repetitivos:

O estereótipo mais comum se chama “flopping de mãos”, em que o autista permanece balançando as mãos na altura dos ombros. Muitas vezes ele fica girando em torno de si mesmo rodando objetos ou passando a mão em uma determinada textura o dia todo.
Existem algumas alterações que podem variar em grau (desde os casos mais severos até os mais leves) que indicam a condição:
-Distúrbio de comportamento: como uma tendência para estereotipia, isto é, para repetição incansável de determinados comportamentos, como hábitos motores repetitivos;
-Dificuldade na comunicação interpessoal: em que o indivíduo não consegue se integrar socialmente;
-Distúrbio da comunicação: em que a criança não fala nada ou diz coisas de uma forma totalmente atípica, não desenvolvendo habilidade de iniciar ou manter uma conversa.

3.3 - Observação Naturalista

A Observação Naturalista (ou ecológica) é defendida pelo método clínico, fundamentando-se na necessidade de observar as condições reais de uma situação. Ao observador são colocadas duas alternativas:
Dissimulado, de modo a não ser notada a sua presença, permaneceria exterior à situação. Para tal é necessária a colocação de meios técnicos no local da observação, fato que não sendo de realização imediata poderá igualmente alterar a situação.
Participar na situação sem o estatuto de observador, sendo este o único modo em que não necessitará de controlar as condições da experiência. É a estratégia utilizada por Piaget no estudo de crianças, mas em que a observação por estar ligada à interpretação. Permite o estudo nas condições reais de uma situação sendo ainda extremamente prática.Negrito



4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GADIA, Carlos A; TUCHMAN, Roberto; ROTTA, Newra T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria Copyright © 2004 by Sociedade Brasileira de Pediatria.

FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L. F.; CAMARGO, C.H.P. & COSENZA, RM. Neuropsicologia: teoria e prática. São Paulo: ArtMed,2008.

FERNANDES, Álisson V. NEVES, João V. A. SCARAFICCI, Rafael A. Autismo - Instituto de Computação, Universidade Estadual de Campinas 2007.

NILSSON, Inger - Introdução à educação especial para pessoas com transtornos do espectro autístico e dificuldades semelhantes de aprendizagem.